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Argentina lança programa de doutrinação militar de jovens

Argentina lança programa de doutrinação militar de jovens

 

 
 
Nesta terça-feira (16/7), o governo macrista da Argentina lançou um novo programa de Serviço Cívico Voluntário (SCV), que consistirá em um “alistamento de jovens para capacitação em valores democráticos”. Na prática, se trata de uma instância pela qual garotos entre 16 e 20 anos que não estejam cursando estudos secundários ou universitários serão convocados para passar por cursos na Gendarmeria Nacional (força de segurança parecida com a Polícia Federal brasileira, porém militarizada).

O programa realizará “experiências piloto” entre agosto e dezembro deste ano, em centros militares de quatro províncias argentinas (Buenos Aires, Córdoba, Santiago del Estero e Rio Negro), e será voltado à “capacitação em valores democráticos e republicanos”, segundo a ministra de Segurança, Patricia Bullrich, em coletiva de apresentação do programa, junto ao ministro de Educação, Alejandro Finocchiaro.

Algumas organizações sociais na argentina levantaram a suspeita de que o programa apresenta características de um programa de doutrinação, sobretudo porque seu texto de criação contém generalizações no anexo sobre os objetivos, que fala em “fortalecer os valores democráticos e republicanos; oferecer capacitação em novas destrezas e habilidades; fomentar a inclusão educação, superação e liderança na busca pela coesão social”, entre outros elementos que carecem de maior definição, dando espaço para ambiguidades sobre sua aplicação. Segundo a ministra Bullrich, será a Gendarmeria que estabelecerá os conteúdos, a duração e a periodicidade dos cursos.

A ministra também afirma que “uma vez finalizado o ciclo de participação, os jovens formados em valores pelo SCV poderão desenvolver as capacidades adquiridas em sua comunidade”. Por sua parte, o ministro da Educação Alejandro Finocchiaro, assegurou que o programa será destinado somente a “jovens que não estejam trabalhando nem estudando na secundária ou no ensino universitário”, e também disse que o curso entregará um diploma que terá o mesmo valor de uma graduação de ensino médio.

Além disso, a ministra Patricia Bullrich defendeu o programa da chuva de questionamentos apresentada pelos jornalistas, dizendo que “a Gendarmeria Nacional (força militarizada) tem mais prestígio atualmente que a educação pública”, o que causou evidente constrangimento em seu colega Finocchiaro, cuja pasta é responsável pela qualidade da educação pública no país.

Segundo Bullrich, “a Gendarmeria é a instituição mais valorizada em nosso país, a número um, muito mais valorizada que qualquer outra”. Contudo, sua declaração omite os enormes questionamentos sobre a participação do organismo nos assassinatos de Santiago Maldonado e Rafael Nahuel dois líderes sociais opositores ao governo de Mauricio Macri, mortos em 2017.

A ministra também disse que “o objetivo é oferecer uma saída àqueles que precisam de uma possibilidade de sair da ideia de que não tem o que fazer da vida e que o futuro será um vazio”. Entre as atividades que aprenderiam, segundo os ministros, “estariam “o manejo de drones, cantar canções pátrias, saudação à bandeira, ter contato com animais, entre outras coisas”.

Para o ativista social Norberto Alayón, “esta é a solução que o governo de Macri propõe aos jovens pobres: o serviço militar (que deixou de ser obrigatório no país nos Anos 90), além de ser um aceno ideológico a Mike Pompeo e ao governo de Donald Trump”.

*Com informações da Página12 (aqui e aqui) e El Destape 


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