Pular para o conteúdo principal

Argentina, Brasil, Estados Unidos e Paraguai criam grupo antiterrorismo

Argentina, Brasil, Estados Unidos e Paraguai criam grupo antiterrorismo

Em um nítido avanço na luta contra o terrorismo, Argentina, Brasil, Estados Unidos e Paraguai criaram um grupo de coordenação para monitorar a Tríplice Fronteira, onde organizações como o Hezbollah arrecadam fundos ilicitamente.
Eduardo Szklarz/Diálogo | 6 setembro 2019
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo (à esq.), e o ministro das Relações Exteriores e Culto da Argentina, Jorge Faurie, conversam durante uma reunião, após anunciar a criação do grupo regional antiterrorista, no dia 19 de julho de 2019, em Buenos Aires. (Foto: Natacha Pisarenko, AFP)
O acordo, anunciado no dia 19 de julho de 2019, coincidiu com a visita a Buenos Aires do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, por ocasião do 25º aniversário do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA). A justiça argentina acusa os funcionários iranianos de ordenar – e ao Hezbollah de executar – o ataque à AMIA, que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos.
“Os quatro países chegaram a um acordo para estabelecer um mecanismo de segurança regional”, declarou o ministro das Relações Exteriores e Culto da Argentina, Jorge Faurie, em uma entrevista coletiva em Buenos Aires.
Segundo Faurie, o mecanismo servirá para a coordenação política e diplomática dos esforços na luta contra as atividades ilícitas na região, bem como seus possíveis vínculos com o crime transnacional e o financiamento do terrorismo. “Esse mecanismo será concretizado em reuniões semestrais, sob a coordenação das quatro chancelarias e com o apoio de todas as outras agências que sejam competentes nessa questão em cada um de nossos países”, explicou.
Os analistas de segurança elogiaram a iniciativa. “Essa aliança antiterrorista é muito importante, pois a América Latina não está livre do terrorismo”, disse à Diálogo Luis Fleischman, professor de sociologia do Colégio Universitário Estatal de Palm Beach e consultor do Centro para Política de Segurança, em Washington, D.C., nos Estados Unidos.
“Um grupo ligado ao Estado Islâmico foi desmanchado no Brasil. O Hezbollah mantém uma presença na Venezuela e seus ativistas foram descobertos em vários países da região, inclusive no Peru e nas Guianas, com intenções de praticar atentados terroristas”, afirmou Fleischman.
Argentina congela bens do Hezbollah
Paralelamente, no dia 18 de julho, a Unidade de Informação Financeira (UIF) da Argentina ordenou o congelamento dos bens do Hezbollah e dos líderes do grupo – agora reconhecido oficialmente como “grupo terrorista”. A UIF lembrou que o Hezbollah foi designado como uma organização terrorista por vários países, incluindo Austrália, Canadá, Estados Unidos, Holanda, Israel, Nova Zelândia e Reino Unido, além da União Europeia.
“Essas designações deixam claro que o Hezbollah foi responsável por cometer diversos atos terroristas em todo o mundo”, disse à Diálogo Mariano Federici, presidente da UIF. “O Hezbollah continua representando uma ameaça à segurança nacional e à integridade da ordem econômica financeira da Argentina.”
Registro das organizações terroristas
Como parte do seu compromisso de combater o terrorismo, o governo da Argentina também implementou o Registro Público de Pessoas e Entidades Vinculadas aos Atos de Terrorismo e seu Financiamento. O registro, criado por um decreto emitido pelo presidente da Argentina, Mauricio Macri, no dia 16 de julho, tem o objetivo de “prevenir, combater e erradicar o terrorismo e seu financiamento”, segundo o artigo 24.
Não apenas o Hezbollah foi incluído na relação, mas também seus líderes. Entre eles estão Hasan Nasrallah, secretário geral do grupo, Hashem Safieddine, chefe da ala executiva, e Naim Oasim, subsecretário geral, além de Samuel Salman el Reda, integrante da Organização de Segurança Externa do Hezbollah, apontado como responsável direto pelo atentado à AMIA.
“É provável que o Hezbollah esteja colaborando com o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, como parte de grupos de choque paramilitares, além de ter fortes vínculos com o narcotráfico”, disse Fleischman. “Esperamos que países como o Chile se unam a esse pacto regional, já que extremistas islâmicos também atuam no país andino.” 
Créditos Diá logo, publicado originalmente em - https://dialogo-americas.com/pt/articles/argentina-brazil-paraguay-united-states-create-counter-terrorism-group

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LGBT - Major Renata Gracin, da ativa no Exército Brasileiro, relata como foi a sua transição de gênero

    LGBT - Major Renata Gracin, da ativa no Exército Brasileiro, relata como foi a sua transição de gênero. Acesse:  https://youtu.be/n91MrkP9uTQ   A Renata Gracin é militar da ativa do Exército Brasileiro e neste vídeo ela relata a sua transição de gênero. Fotos retiradas de uma rede social. Contatos com o Blog do Capitão Fernando (51) 986388430 whatsapp - http://wa.me/+5551986388430 - - -

LFS DEFESA - SEGURANÇA - GEOPOLÍTICA: Saiba o que é o Super Tucano A-29N, avião militar brasileiro que será produzido em Portugal - créditos CNN

LFS DEFESA - SEGURANÇA - GEOPOLÍTICA:  Saiba o que é o Super Tucano A-29N, avião militar brasileiro que será produzido em Portugal. Créditos CNN Acúmulo de postagens - LFS DEFESA - SEGURANÇA - GEOPOLÍTICA: https://docs.google.com/document/d/1fuzS3CMaPwchd67A18CQ6BhJYRa_CPH6KzhZ7011Y0w   - - - - Siga nosso Instagram @redelfsdecomunicacao --- http://www.instagram.com/redelfsdecomunicacao Saiba o que é o Super Tucano A-29N, avião militar brasileiro que será produzido em Portugal Nova versão da aeronave seguirá as exigências das Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) Avião Super Tucano da Embraer Divulgação/Embraer Tiago Tortella da CNN em São Paulo 25/04/2023 às 04:00 Compartilhe: Ouvir notícia A ida do presidente do Brasil,  Luiz Inácio Lula da Silva  (PT), a Portugal selou uma série de acordos entre os dois países. Entre eles,  foi feito um memorando para a produção do Super Tucano , um avião de combate da brasileira  Embraer , no país europeu. Conforme explica o comunic

GEOPOLÍTICA - Em movimento histórico, Brics se expande e soma seis países do Oriente Médio, África e América Latina

GEOPOLÍTICA Em movimento histórico, Brics se expande e soma seis países do Oriente Médio, África e América Latina Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia são os novos membros do Brics Mauro Ramos Brasil de Fato | Joanesburgo (África do Sul) |   24 de Agosto de 2023 às 08:58 Líderes do Brics fazem declaração conjunta na manhã desta quinta-feira (24), no último dia da 15ª cúpula do grupo - Presidência da República Pela primeira vez desde a entrada da África do Sul em 2011, o  Brics  admite novos membros, em uma decisão que somará várias das maiores economias do Sul Global ao grupo. O anfitrião da 15ª Cúpula do Brics, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa anunciou na manhã desta quinta-feira (24), a admissão, pela primeira vez desde que seu país entrou ao grupo, de seis novos membros: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Estes países passarão a formar parte formalmente do Brics a partir do dia 1° de janeiro de 2024.