Comandante do SOUTHCOM enfatiza necessidade de parcerias e cooperação para segurança
| 22 julho 2019
AMEAÇAS TRANSNACIONAIS
El Almirante de la Marina de los EE. UU. Craig S. Faller testifica ante el Comité de Servicios Armados del Senado. (Defense.gov)
Fortes parcerias são a maneira de combater esses esforços, disse o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do Comando Sul (SOUTHCOM), em uma audiência no Senado dos EUA.
“A competição acontece no âmbito global e também aqui mesmo, na nossa região: o hemisfério ocidental”, disse o Alte Esq Faller ao Comitê de Serviços Armados do Senado.
Na Venezuela, acrescentou, a Rússia está apoiando o regime ilegítimo de Nicolás Maduro com empréstimos e suporte técnico e militar, enquanto a China é o maior credor do país.
“[A China] sobrecarregou o povo venezuelano com dívidas de mais de US$ 60 bilhões e está exportando tecnologia de vigilância utilizada para monitorar e oprimir o povo venezuelano”, declarou o Alte Esq Faller aos senadores, lembrando que o Irã reiniciou recentemente os voos diretos de Teerã para Caracas, a capital venezuelana.
O Alte Esq Faller disse que a China tem interesses financeiros legítimos em todo o mundo, incluindo a América Latina. “Estamos trabalhando arduamente como nação para descobrir como esses interesses internacionais legítimos podem ser utilizados através do Estado de Direito”, afirmou.
Mas acrescentou que os investimentos da China em 56 unidades portuárias na América Latina, bem como investimentos em infraestrutura cibernética e de tecnologia de informação, preparam o terreno “para futuros acessos e influências que teriam claras intenções militares.”
Por outro lado, a Rússia pode ser definida como um “urso ferido” buscando o poder.
“Seu principal objetivo é manchar a imagem dos EUA da maneira que for possível e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para enfraquecer qualquer vantagem que os EUA tenham, mesmo que essa vantagem seja para o bem mundial e do povo, como ocorre na Venezuela” disse o Alte Esq Faller.
As atividades da China, Rússia, Irã e Cuba, acrescentou, são “profundamente nocivas” para a democracia e a segurança regional na América Latina e contrariam os interesses dos EUA na região.
“China, Rússia e outros querem moldar o mundo de acordo com seus modelos autoritários”, afirmou. “Eles estão camuflando os limites do que constitui uma ameaça militar através da coerção econômica, do roubo sistemático de tecnologia, de campanhas de influência e de atividades cibernéticas nocivas.
Voltando à América Latina, o Alte Esq Faller disse que os EUA devem se concentrar naquilo que já fazem de melhor: criar parcerias.
“A melhor maneira de superar isso é nos concentrarmos em nossas forças: os laços fortes e duradouros que temos com nossos vizinhos”, afirmou. “A cooperação em matéria de segurança é nossa melhor ferramenta para continuar a construir essas fortes parcerias e transformar os desafios de nosso hemisfério em oportunidades. Trabalhar juntos, treinar e exercitar-nos lado a lado com os profissionais militares das Américas é nossa vantagem competitiva, e ninguém pode superar nosso sistema.”
As nações parceiras da América Latina querem trabalhar com os Estados Unidos e dão valor ao que aportam, incluindo as relações entre as forças armadas, os exercícios e as escolas militares, declarou o Alte Esq Faller.
“Querem obter a vantagem da educação, de treinamento, exercícios e equipamentos militares dos EUA”, disse. “Esses são os melhores do mundo. Assim, cabe a nós coloca-los à disposição de forma relevante e que proporcione também um retorno do investimento para os contribuintes americanos.”
O Alte Esq Faller disse que poderia fazer-se mais em termos de treinamento com mais fundos. Além disso, explicou aos parlamentares que as contas do Departamento de Estado para Treinamento e Educação Militar estão “praticamente zeradas há algum tempo, pelo menos desde que comecei a analisá-las”. E isso, disse ao Senado, significou menos vagas nas escolas para os militares das nações parceiras.
“Eu defendi, e os secretários de Defesa anteriores também o fizeram, que seria conveniente avaliar um aumento para isto”, disse. “O orçamento geral para todo o Departamento de Defesa é um pouco acima de US$ 100 milhões e para o SOUTHCOM são destinados cerca de US$ 11 milhões. Acho que deveríamos ter US$ 18 milhões, um pequeno aumento. Quando comparamos estas cifras com o dinheiro que gastamos em outras áreas, nos damos conta de que esse aumento é pequeno para os dividendos altos, retornos altos que gera.”
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