MANTER UMA FORÇA ARMADA, TRANSFORMADA E PREPARADA.
As motivações futuras para
uma ingerência política no Brasil poderão ser a defesa do meio ambiente; dos
direitos dos povos indígenas; a falta de proteção aos mananciais de água; o uso
abusivo e incorreto da água no agronegócio; a falta de proteção ao Pantanal e
aos Aquíferos Guarani e Alter do Chão; a proteção de minorias; a violência
urbana; as riquezas da Amazônia Verde e Azul; e até a prisão de líderes políticos.
Pinto Silva Carlos
Alberto[1]
1. GENERALIDADES
Um
dos efeitos da introdução de uma nova forma bélica (Guerra) é a profunda alteração dos equilíbrios militares
existentes.
A combinação de uma força militar que
empregava o conhecimento intensivo, respaldada por uma economia da era da
informação, marcou a diferença, favorável aos Estados Unidos, que levou, em
definitivo, o colapso do comunismo.
Aparição da forma bélica da era da informação
obriga todos os governos a reconsiderar seu potencial militar conforme as
ameaças que se apresentam, já que a resposta dependerá das próprias ações do
governo e ele, necessariamente, deve reconhecer que para se obter uma vantagem
militar, há de se obter e conservar uma vantagem econômica
O grande entrave, do Brasil, é uma perigosa
falta de clareza acerca dos interesses e objetivos a serem alcançados pelo país
a médio longo prazo[2].
Por adição, os baixos orçamentos aprovados
pelo governo e parlamento, que cortam os planejamentos militares, sem
considerar as novas necessidades, por não entender grande coisa da forma bélica
da era da informação.
Devemos considerar ainda que, em um mundo
lógico, não é possível saber qual a magnitude que necessita o orçamento militar
de um país, até dispor de uma estratégia e o respectivo planejamento para
alcançar os objetivos de médio e longo prazo previsto, e o levantamento das
necessidades para serem atingidos.
Em consequência, os argumentos habituais
sobre o volume do orçamento de defesa constituem, essencialmente, munição para
discussões políticas e especulações tendenciosas de parte da mídia, que
autênticos debates sobre a estratégia e o levantamento de necessidades para
alcançar objetivos nacionais.
2. PAPEL
DAS FORÇAS ARMADAS
A contribuição das Forças Armadas ao processo
de desenvolvimento do Poder Nacional, deve manifestar-se mais pelo aspecto
qualitativo do que quantitativo, trazendo potencialidades militares maiores,
simultaneamente, à evolução constante do ambiente Internacional que já coloca o
Brasil como um importante ator, o que, a ele, acarreta atritos, com tendência
ao agravamento, à medida que a nação cresce e se desenvolve economicamente.
À estratégia militar falta uma definição
clara dos objetivos a serem alcançados, e que possam definir o Perfil
Estratégico do Brasil, e, com isso,
propiciando melhor orientação às políticas do preparo do emprego das Forças
Armadas.
Há necessidade
de objetivos perfeitamente definidos, responsabilidades políticas firmemente
estabelecidas e uma nova metodologia, que nos forneça indicativos do que
deva ser o Perfil Estratégico do Brasil, tudo isso considerando a capacidade
nacional de aprestamento e mobilização, as reais possibilidades e
probabilidades do emprego violento da expressão militar e a possível reação do
oponente.
3.
DEFESA DE NOSSA SOBERANIA
Para
a defesa do nosso território não devemos perguntar quanto custa à Nação a
resistência que toda a comunidade pode oferecer, mas indagar qual é o efeito
que essa resistência poderá ter? Quais são as circunstâncias e de que forma
pode ser utilizada?
Se
o próprio povo não estiver preparado para, se necessário, tomar
parte na defesa do seu país, não poderá a longo prazo ser protegido[3].
Um estado forte precisa de Forças Armadas
fortes, ou melhor, só se fortalece por possuí-las. A dimensão das
Forças Armadas deve estar coerente com a grandeza do Estado e com os objetivos
nacionais a serem atingidos.
4. UMA BREVE CONCLUSÃO
O enfraquecimento do
poder militar representa um risco indesejável, que deve ser afastado no mais
curto prazo possível[4].
No
Brasil real, sem os recursos militares (orçamentos, efetivos, material de emprego
militar, logística etc.) necessários para que suas Forças Armadas possam
cumprir sua missão constitucional, não existe Estratégia Nacional de Defesa[5].
Manter
uma Força Armada transformada e preparada, como o nosso País requer e nossa
sociedade deseja, deve ser o compromisso moral dos nossos Governantes e
Chefes Militares.
¢[1]
Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do
Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações
Terrestres, Ex-comandante do 2º BIS e da 17ª Bda Inf Sl, Chefe do EM do CMA,
Membro da Academia de Defesa e do CEBRES.
[2]
https://www.defesanet.com.br/doutrina/noticia/21080/gen-pinto-silva-capacidades-das-forcas-armadas-e-as-atuais-ameacas/
[3]
Gen Ex Pinto Silva – Importância da População para a Defesa da Amazônia.
https://www.defesanet.com.br/tecnologia/noticia/38819/gen-ex-pinto-silva-importancia-da-populacao-para-a-defesa-da-amazonia/
[4] -
GenEx Pinto Silva – O Combate, a Suprema Manifestação dos Exércitos. -
https://www.defesanet.com.br/doutrina/noticia/23469/genex-pinto-silva-o-combate-a-suprema-manifestacao-dos-exercitos/
[5] -
Gen Ex Pinto Silva – O Poder Militar e a Crise na América Latina.
https://www.defesanet.com.br/al/noticia/32307/gen-ex-pinto-silva-o-poder-militar-e-a-crise-na-america-latina/
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